Coordenada pela vereadora Kátia Maria (PT), pesquisa de campo segue até 27 de març
Foto: Wesley Menezes
Teve início nesta quarta-feira (22), Dia Mundial da Água, a 1ª Expedição Rio Meia Ponte, que pretende realizar profundo diagnóstico sobre as condições do rio, em seu curso, no perímetro urbano de Goiânia. A iniciativa é da vereadora Kátia Maria (PT), encampada pela Câmara Municipal e em parceria com Universidade Federal de Goiás (UFG), Instituto Federal de Goiás (IFG) e Saneago. A expedição também conta com apoio do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Centro de Zoonoses, Fecomércio, além de outras entidades e instituições governamentais.
Cerca de 50 pesquisadores e técnicos vão percorrer os 40 quilômetros do rio, analisando a situação da água, do solo, das matas ciliares, fauna e flora. São equipes embarcadas, descendo o rio em canoas, e outras por terra e nos laboratórios das duas instituições de ensino parceiras. A expedição visa à elaboração da Carta das Águas do Meio Ponte – documento que apresentará panorama completo sobre a atual situação desse trecho do rio.
“O Meia Ponte nasce em Itauçu e deságua no Rio Paranaíba, entre Itumbiara e Cachoeira Dourada, mas é justamente quando atravessa Goiânia que está a situação mais crítica e poluída”, explica Kátia, coordenadora da expedição. “Nós, agentes públicos, precisamos ter olhar diferenciado para esse trecho do rio”, completa.
A Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte é a principal fornecedora de água para a Região Metropolitana de Goiânia. Além disso, pelo menos 50% da água distribuída à população goianiense é captada no curso do rio, na Região Noroeste da capital. Como todo rio que corta grandes centros urbanos, o Meia Ponte sofre com diversas ações do ser humano – descarte irregular de esgoto e lixo, desmatamento de matas ciliares e até mesmo captação irregular de água.
Segundo o Ranking do Saneamento do Instituto Trata Brasil, divulgado nesta semana, o tratamento de esgoto em Goiânia só chega a 72,46% da água utilizada por moradores. Ou seja, cerca de 27% do esgoto da capital retorna aos rios sem tratamento.
“Grande parte desse esgoto acaba vindo para o Meia Ponte, porque córregos da cidade são afluentes dele. Então, esse rio, que serve para abastecer a cidade, é também o que recebe esses efluentes, esse esgoto que polui e contamina suas águas”, alerta a vereadora.
A Expedição Rio Meia Ponte vai durar seis dias. O início ocorreu na Estação de Tratamento de Água (ETA) da Saneago, no Bairro Floresta (Região Noroeste), e o final será no encontro do Meia Ponte com o córrego Barreiro, no limite com Senador Canedo (Região Leste). Durante todo o trajeto, pesquisadores farão levantamento minucioso de condições da água, do solo, da fauna e da flora.
A expedição não tem caráter fiscalizatório ou punitivo, mas científico. No entanto, irregularidades encontradas serão levadas aos órgãos competentes para tomada de providências. “Nosso objetivo é científico e educativo, mas é claro que vamos apresentar dados, o que pudermos identificar de irregularidades e depois iremos cobrar que ações sejam colocadas em prática e que fiscalizações e punições sejam feitas”, explica Kátia.
Além das equipes embarcadas, a expedição conta ainda com ações de educação ambiental por terra, com pesquisadores e técnicos percorrendo bairros margeados pelo rio e levando informações também para escolas públicas de regiões por onde passam. “UFG e IFG são instituições com pesquisadores muito qualificados. Temos certeza de que o relatório final será de grande valor para nortear ações e para que a gente possa recuperar e preservar o rio”, afirma a parlamentar. “O Rio Meia Ponte é fundamental para sobrevivência da população de Goiânia e da Região Metropolitana. Queremos despertar nas pessoas essa importância de abraçarem a causa, abraçarem o Meia Ponte”, conclui.
*Com informações da assessoria de comunicação da vereadora