Gustavo Mendanha, candidato do Patriota a governador de Goiás, destacou durante a entrevista ao Jornal Anhanguera 1ª Edição nesta segunda-feira (12) sua gestão como prefeito de Aparecida de Goiânia, falou sobre sua mudança de partido para conseguir disputar a eleição e que ‘o melhor programa social que existe é emprego e renda’.
O candidato também afirmou:
- que os números das pesquisas não representam “o sentimento nas ruas”
- que vai emprestar dinheiro ao setor produtivo para que eles construam a infraestrutura para geração de energia, oferecendo uma solução para “resolver um problema que tem atrapalhado o desenvolvimento do estado de Goiás”
Mendanha foi o primeiro candidato a participar da série de entrevistas do JA1. Os próximos serão Major Vitor Hugo, na terça-feira (13); Ronaldo Caiado, na quarta-feira (14); Cíntia Dias, na quinta-feira (15); e Professora Helga, na sexta-feira (16). Os demais candidatos tiveram as entrevistas gravadas e elas serão exibidas no sábado (17).
Números das pesquisas
Gustavo Mendanha aparece com cerca de 20% das intenções de votos nas pesquisas eleitorais. Ele disse, no entanto, que os números não representam “o sentimento nas ruas”.
“O sentimento que nós temos é que a campanha, a partir de agora, vai tomando corpo. Eu me lembro exatamente em 2016, quando disputei o primeiro mandato em Aparecida, nesse exato momento [20 dias antes da eleição], nós tínhamos um empate técnico entre três candidatos, eu tinha pouco mais de 22 pontos e chegamos a vencer as eleições no primeiro turno com 59% dos votos válidos”, disse.
Mudança de partido
Mendanha deixou o MDB para conseguir se lançar a candidato ao governo e se filiou ao Patriota após negociação com outros partidos. Entre as legendas que apoiam a campanha dele estão o Republicanos e o Pros, considerados de direita e conservadores.
Quando foi eleito prefeito de Aparecida de Goiânia, teve apoio de partidos considerados de esquerda, como PV, PC do B e PT. Porém, o candidato diz que essa mudança não confunde os eleitores.
“Eu busquei construir, a partir do diálogo, com partidos que estivessem dentro daquilo que nós esperávamos para esse mandato. […] O que a gente vê é que partidos, embora seja importante para o tempo de televisão, não definem eleição. Na eleição passada, o presidente Bolsonaro não tinha partidos e venceu as eleições. O que nós queremos é apresentar ideias, propostas, que possam representar a mudança que as pessoas esperam”, disse.
O candidato destacou que ele é uma opção de mudança ao atual modelo de governo e ressaltou suas ações enquanto prefeito de Aparecida de Goiânia, principalmente no combate à pandemia da Covid-19.
“Na pandemia, com rodízio, com diálogo, utilizando a ciência, com testagem, vacinação recorde, ampliação de leito de UTI, diga-se de passagem nós perdemos quase 1 mil pessoas no estado de Goiás que não tiveram a oportunidade de se salvar com leito, inclusive o ex-governador Helenês Cândido. Em Aparecida, nós tínhamos três vezes o número de UTI que tinha o estado. Nós trabalhamos sério e é exatamente o trabalho que queremos fazer pelo estado”, disse.
Energia elétrica
No plano de governo, o candidato prevê ampliar a infraestrutura de geração e distribuição de energia no estado em parceria com o setor produtivo. Também promete liberar até R$ 2 bilhões para que empresários construam redes de transmissão.
Questionado se isso não seria atribuir à iniciativa privada uma responsabilidade que não é dela, gerando mais custos, Mendanha disse que isso é uma solução enquanto não é possível retirar a Enel da gestão do serviço.
“Nós íamos subsidiar esses juros. Esses empresários, alguns deles, já têm feito isso, até com muita dificuldade, porque muitas vezes a empresa dificulta. É apresentar uma solução para que possamos resolver um problema que tem atrapalhado o desenvolvimento do estado de Goiás”, afirmou.
Ele explicou ainda que, com a infraestrutura sendo entregue pelo setor produtivo para a Enel, a empresa reduziria valores na conta de energia desses empresários.
Programas sociais
O candidato propõe em seu plano de governo unificar benefícios sociais, além de conceder outros benefícios e pagar o valor de R$ 210 por pessoa. Porém, não exemplificou, com essas alterações, quanto cada família deve receber a mais.
“Eu tenho sempre dito: o melhor programa social que existe é emprego e renda. E nós vamos trabalhar para que possamos gerar esse ambiente favorável de negócios”, afirmou.
Como exemplo, citou dados de sua gestão em Aparecida de Goiânia sobre geração de emprego e abertura de novas empresas.
“Agora, no momento em que as pessoas passam dificuldades, é obrigação do estado oferecer condições para que as famílias não fiquem passando dificuldade. Nós vamos trabalhar com projeto a curto e médio prazo e a longo prazo. O que vamos trabalhar, de fato, é para gerar oportunidade”, disse.
Geração de emprego
Mendanha destacou que o modelo de desenvolvimento e geração de emprego de Aparecida de Goiânia pode ser replicado para todo estado. Para isso, é preciso apostar na qualificação da mão de obra.
“Para isso, temos aí a UEG, que está sendo sucateada pelo atual governo, inclusive com a retirada dos 2% [do orçamento destinado a ela] e nós vamos voltar esses 2% para manutenção da UEG”, disse.
Além disso, destacou as escolas técnicas e uma escola agrícola que devem ser usadas na qualificação da mão de obra.
“Vamos rediscutir alguns tributos e tenho certeza que isso deve fomentar mais negócios. O que nós queremos fazer, claro que essas cidades que já têm a vocação industrial, a gente fortalece, e as cidades que não têm indústrias e tenhamos condições de vocacionar, isso nós vamos fazer”, afirmou.
O candidato ressaltou ainda a necessidade e melhorar a infraestrutura para garantir desse desenvolvimento, recuperando estradas, por exemplo.
FONTE G1 GOÁS