Sob a presidência do deputado Lincoln Tejota (UB) foi instalada na Alego, na tarde desta quarta-feira, 23, a Frente Parlamentar em Defesa da Cannabis Medicinal. A abertura dos debates aconteceu na sala de comissões do Palácio Maguito Vilela e contou com a presença de parlamentares membros da associação, além de representantes de entidades que defendem a temática.
Após aprovação do regimento, Tejota destacou o objetivo da criação da Frente Parlamentar, que consiste na promoção de debates voltados à instituição de política para o tratamento paliativo a diversas doenças por meio da Cannabis medicinal. O parlamentar destacou que as discussões serão embasadas de forma científica e busca em referências, com o intuito de oferecer uma opção alternativa à saúde pública.
“A Cannabis é uma fonte de tratamento e uma opção para pessoas que precisam aliviar a sua dor”, enfatizou o deputado, com a afirmativa de ser necessário avançar na discussão da temática de forma madura e consciente. “Queremos aqui debater a ciência e não a ideologia. Não estamos defendendo o uso recreativo ou indiscriminado da planta, mas sim para que aquelas pessoas que possam ter resposta com esse tipo de tratamento tenham acesso a ele”, salientou.
Além de Lincoln Tejota, farão parte da Frente Parlamentar em Defesa da Cannabis Medicinal os deputados: Dr. George Morais (PDT), Dra. Zeli (UB), Gustavo Sebba (PSDB), José Machado (PSDB), Lucas Calil (MDB), Lucas do Vale (MDB), Mauro Rubem (PT), Veter Martins (Patriota) e Wagner Camargo Neto (Solidariedade).
Presente na abertura do encontro, a deputada Rosângela Rezende (Agir) parabenizou a iniciativa e se colocou à disposição do grupo para trabalhar em busca de avanços na saúde pública, por meio da Cannabis medicinal. “Precisamos conhecer bastante com relação a isso. Quero ver o caminhar dessa história e desejo que sejamos pioneiros. Contem comigo”, frisou a parlamentar.
Também presente na reunião, o presidente fundador e diretor-geral da Associação Goiana de Apoio e Pesquisa à Cannabis Medicinal (Agape), Yuri Tejota, destacou a importância da discussão, com a afirmativa de que “Goiás tem muito a ganhar” com a iniciativa.
O profissional afirmou que a associação, que “conta hoje com praticamente 300 famílias cadastradas e um universo de mais de mil famílias impactadas”, encontra-se à disposição da Frente Parlamentar em Defesa da Cannabis Medicinal para colocar a temática ao lado da ciência e do poder público e apresentar para a sociedade a pertinência da utilização da planta de forma alternativa a tratamentos de saúde.
“Esse debate é fundamental. Enquanto os outros países estão colocando essa planta nessa roda produtiva de ciência e saúde, nós estamos aqui parados no tempo”, ponderou. “Precisamos de fato, como sociedade, entender que essa planta por si só é uma farmácia e como nós podemos utilizá-la de forma segura”, acrescentou.
Representante da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), Matheus Scoponi também manifestou apoio ao grupo parlamentar durante todo o período de trabalho, com o intuito de garantir o acesso à saúde, de todas as formas e a todas as pessoas. O profissional destacou a realização do seminário “Advogando com Cannabis Medicinal”, que será realizado pela instituição goiana nesta quinta-feira, 24.
Trata-se, conforme o advogado, de um curso voltado à capacitação de profissionais para atuar nesse novo segmento, auxiliando no debate e trabalhando junto ao judiciário para a garantia do acesso à saúde. “A gente trabalha nessa temática de Cannabis Medicinal pautada exclusivamente em perspectivas científicas, com uma visão completamente racional, voltada à garantir o melhor tratamento possível para todas as pessoas”, pontuou.
Próximos encontros
Lincoln Tejota destacou, durante a instalação da Frente Parlamentar em Defesa da Cannabis Medicinal, ser necessário buscar referências e auxílio das entidades nacionais e internacionais para entender, através de locais onde a política já está melhor estabelecida, quais são os desafios e as formas de avanço.
O autor da iniciativa evidenciou, ainda, a importância de parcerias com os demais estados e propôs, ainda, a apresentação do projeto ao Congresso Nacional, União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), secretarias de Saúde, dentre outros órgãos que possam ser pertinentes à evolução da temática.
“Nós não estamos discutindo aqui nenhum outro tema que não seja saúde pública. Nós precisamos do apoio da sociedade e a única forma que isso vai acontecer é, se tivermos embasados, mostrando para a sociedade que o Estado pode oferecer uma saúde ainda melhor”, ressaltou o deputado.
Fonte: Agência Assembleia de Notícias
